segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Xique-xique é o melhor judo da região


Quando surgiu a idéia de fazer este site não tinhamos a noção de que estaria desta forma. Tão visto e tão elogiado. Nesta página estaremos publicando algumas entrevistas que fizemos.
Aproveitem, e não se esqueçam de mandar as suas idéias.

“Nas Ligas o foco principal é o atleta, respeitando os valores técnicos, morais e filosóficos do Jaí o crescimento vertiginoso das Ligas no Brasil.” (Paulo Dubois – Presidente da LNJ)
Atleta, árbitro, professor e dirigente de judô, Professor Paulo Dubois, atual Presidente da Liga Nacional de Judô, é taxativo em relação à importância das Ligas de Judô para o Brasil. Segundo o Professor Paulo Dubois, hoje, as Ligas representam o que existe de mais puro e digno no Judô nacional, pois é formada por dirigentes, professores, árbitros e atletas de reconhecida importância para este esporte.
Confira a seguir a íntegra da entrevista que Paulo Dubois concedeu ao Portal Judô Xique-Xique:
ENTREVISTA COM O PROFESSOR PAULO DUBOIS, PRESIDENTE DA LIGA NACIONAL DE JUDÔ
PJUXX - Como começou a carreira de judoca? Algum motivo especial para a escolha do judô como esporte? Conte-nos a sua história.
Paulo Dubois - Nasci em Salvador e até os 9 anos de idade morei em Jaguaquara, no Sudoeste da Bahia. Meu pai, faixa marrom quando universitário em Salvador, nos anos 50, praticou judô sob a orientação do Prof. Geraldo Mota, um dos precursores desse esporte na capital baiana. Seu entusiasmo pelo nosso esporte o levou a estimular os seus filhos a praticá-lo. Apenas eu o adotei como a principal meta da minha vida. São quase três décadas de aprendizado, pois, a cada dia, continuo aprendendo e convencido de que preciso aprender ainda muito mais.
PJUXX - Conte um pouco da sua trajetória antes de chegar à Presidência da Liga Nacional de Judô.
Paulo Dubois - Em 1978 minha família mudou-se para Brasília. Aqui comecei os meus treinamentos no Colégio Santa Dorotéia. No ano seguinte (1979) já treinava com o meu Sensei, Prof. Ismar. Aos 15 anos, faixa marrom, já dava aulas de judô para crianças na Academia do Ismar e em algumas escolas. Aos 17 anos alcancei a Faixa Preta – 1º Dan.
Nesta época, comecei a participar da Federação Metropolitana de Judô (FEMEJU) como atleta e a trabalhar como mesário e “carregador de tatames” (função que exerço até hoje, na Liga...). Tive o privilégio de conviver com importantes mestres do Judô nacional e internacional tais como Ninomyia (“Pai do Judô no DF”), Matsuuchi, Haguihara, Koki Tani, Miura, Júlio Adnet, José Inácio, Luciano Sampaio, Nafez Abud entre tantos outros que muito influenciaram minha formação como atleta, árbitro, professor e dirigente. Na FEMEJU exerci quase todos os cargos eletivos ou por nomeação. Só não fui Tesoureiro. Fui vice-presidente da Federação Regional do Desporto Escolar do Distrito Federal (2000 / 2004). No ano 2000 coordenei o “Movimento pela Ética no Esporte” no DF.
Como atleta conquistei alguns títulos no Distrito Federal e um vice campeonato brasileiro zonal (Centro-Oeste). Disputei um Campeonato Brasileiro Júnior pelo DF em 1988, em Aracaju – SE. Fui para a “repescagem”, mas uma forte lesão tirou-me do Evento.
Como árbitro atuei em dezenas de eventos nacionais e em algumas competições internacionais.
Em 2004, ao lado de dezenas de grandes mestres, participei da fundação da Liga de Judô do Distrito Federal e do Entorno – LJDFE, sendo eleito Presidente da nova entidade. Em novembro de 2005, atendendo aos colegas presidentes das ligas regionais, fui eleito Presidente da Liga Nacional de Judô.
PJUXX - O que significa para o Senhor estar ocupando a presidência da Liga Nacional de Judô?
Paulo Dubois - É uma função de extrema responsabilidade. Afinal, representa o sistema das ligas de judô no País. É formada por dirigentes, professores, árbitros e atletas de reconhecida importância para este esporte. Tem um significado especial. Este grupo de notáveis “Shihans” representa o que existe de mais puro e digno no Judô nacional.
PJUXX - O que a Liga Nacional e as Ligas Estaduais podem trazer de bom e novo para o judô brasileiro?
Paulo Dubois - Nas Ligas o foco principal é o atleta, respeitando os valores técnicos, morais e filosóficos do Judô. Daí o crescimento vertiginoso das Ligas no Brasil. Foi praticamente espontânea a sua eclosão. O Esporte ansiava por idéias renovadoras, ações participativas, inclusão de todas as classes sociais na sua prática.
PJUXX - O Senhor acha que os judocas pertencentes às Ligas poderão participar de seletivas para Olimpíadas e Pan?
Paulo Dubois - Fatalmente isso ocorrerá. A Constituição Brasileira e a legislação esportiva em vigor asseguram esse direito. Buscaremos o diálogo e esperamos o bom senso. O judô brasileiro já se encontra por demais vilipendiado pelos desentendimentos por questões menores. Não hesitaremos em buscar a justiça para garantir aos nossos atletas os seus direitos, se for necessário.
PJUXX - Como o Senhor avalia hoje o judô brasileiro?
Paulo Dubois - É indiscutível o peso do judô brasileiro. Entretanto, por ser um dos países com o maior número de praticantes no mundo, deveria estar muito melhor posicionado no ranking mundial. Nós, do sistema de Ligas, trabalhamos o “judô de base”. Acreditamos num trabalho que vise o “judô integral” como uma filosofia de vida e a melhora do nível competitivo como parte integrante desse processo.
PJUXX - O que você ainda almeja para as Ligas de Judô?
Paulo Dubois - Quando assumimos a LNJ fazíamos um Campeonato Brasileiro e uma Copa Sul-Americana reunindo todas as categorias. Aprovamos para 2007 o fracionamento do Campeonato Brasileiro em duas etapas e instituímos os Campeonatos Brasileiros Regionais. Realizamos o primeiro “kangueiko” nacional em Brasília no ano de 2006 e agora vamos para o segundo em Garanhuns – PE. Realizamos o primeiro Seminário Nacional de Arbitragem no ano de 2006, em Brasília, e neste ano (2007) Aracaju – SE sediará o segundo. Está incluído no Calendário de 2007 um curso nacional de “kime-no-kata” e outro de Defesa Pessoal para as polícias.
Tínhamos sete ligas regionais. Após um ano e meio conseguimos dobrar esse número e, até o final do nosso mandato, pretendemos fundar mais cinco Ligas Regionais e representações da LNJ nos Estados que ainda não as possuem. Temos um imenso potencial de crescimento pois o espaço para o Judô que acreditamos e defendemos é promissor.
PJUXX - Em uma entrevista, Aurélio Miguel disse o seguinte sobre as ligas: -“ Sãoimportantes desde que existam para somar. Sou contra a divisão de frentes e esse cabo-de-guerra. Foi mais ou menos o que ocorreu no caratê. De tantos rachas e entidades paralelas criadas, não conseguem nem estar em Olimpíada”, alertou. O Senhor acha que isso pode acontecer com o judô brasileiro?
Paulo Dubois - O campeão agora conhece os objetivos da LNJ. Acho que ele tenha amadurecido algumas opiniões depois de conhecer a Entidade. Sou dos que acreditam que o respeito à Constituição Brasileira, o direito ao livre associativismo e aos demais termos da legislação específica têm de ser respeitados.PJUXX - Por que um número expressivo de renomados professores com graduação de Kodansha apóiam as Ligas de Judô?
Paulo Dubois - Temos em nosso meio professores reconhecidos e respeitados internacionalmente, educadores de notório saber e reconhecida competência, árbitros com incontestável padrão de excelência e dirigentes imbuídos do mais nobre ideal. O apoio desses notáveis amantes do Judô se constitui no seu mais forte sustentáculo e representa a prova incontestável do valor da instituição e da confiabilidade que ela impõe.
PJUXX - No próximo dia 27 acontecerá o Brasileiro Norte/Nordeste de Judô em Barreiras, no interior da Bahia. Poderemos contar com a sua presença?
Paulo Dubois - Se Deus permitir, voltarei no próximo dia 27 de abril, com o maior prazer, a minha amada Bahia para esse que será um dos mais brilhantes eventos das Ligas no País e a inauguração do já vitorioso Calendário de 2007.
PJUXX - A Liga Baiana de Judô (LIBAJU) vem se destacando cada vez mais devido ao seu compromisso em desenvolver o verdadeiro judô, aquele no qual o Mestre Jigoro Kano idealizou e passou aos seus discípulos. O que o Senhor espera da Liga Baiana de Judô?
Paulo Dubois - A LIBAJU é uma maravilhosa realidade nacional. Tão jovem e tão pujante! Uma Liga forte, plena de idealismo, cheia de luz, fazendo justiça, trazendo progresso e alavancando o Judô baiano. O trabalho que o Prof. Barbosa e a sua aguerrida equipe realizam é absolutamente profissional. São totalmente identificados com a filosofia do sistema nacional das Ligas de Judô. Espero, ou melhor, tenho plena confiança na continuidade do elevado padrão de excelência que está sendo desenvolvido.
PJUXX - Deixe um recado para todos aqueles que vão ler a sua entrevista em nosso site.
Paulo Dubois - Aproveito o “recado” que me é permitido dar, ao final desta entrevista, para conclamar a todos aqueles que praticam, difundem e admiram a nossa modalidade esportiva para que ofereçam todo apoio às iniciativas que visem o seu fortalecimento. Nos dias atuais, mais do que nunca, é preciso que o judô se firme como um agente contra a violência, transformando-se no apanágio da paz e do entendimento. Assim procedendo, estaremos fazendo a nossa parte para que o Brasil venha a ocupar o seu legítimo posto na comunidade judoística universal.

Nenhum comentário: